vamos desarmar os soldados
e vesti-los de palhaços,
nada de aço, nada de escracho,
nada de "cara de tacho".
Pintemos neles uma maquiagem humana,
e na lapela, aquela grande margarida que atira em todos,
em todos atira água.
Desconfigurá-los,
e reconfigurados com enormes narizes vermelhos,
enormes sorrisos no rosto,
e enormes sapatos,
terão um palco para seus atos.
Tenho um plano,
vamos sequestrar um tal de palhaço,
multifacetado e principalmente "abestado"
e vesti-lo com paletó e gravata,
sem pose caricata,
um pouco de tenacidade,
um tanto de sagacidade
e uma máscara de lealdade.
Cuecas e meias grandes para as gorjetas
das piadas indecorosas feitas
lá no mais alto dos covis do planalto,
Ele vai ter minha voz,
minha cara, e vai lutar por mim,
ah! vai sim!
vamos sequestrar mestres
com cara de palhaços tristes
e pose de soldados vencidos
e armá-los com faixas,
sapatihas, pinceis, tinta, instrumentos musicais,
gritos, e auto-falantes,
e que nesse instante,
o povo clame e não descance,
e na rua não recue,
e o mundo ecoe o nosso canto.
Que a lágrima se misture com o suor,
que o calo dê força ao nosso grito,
que o fim dos açoites deixe de ser mito.
E que enfim a a arte seja ouvida,
seja representada
seja vivida, seja a vida.
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