quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MALA


A mala tem vida,
vida na medida,
tem gosto, tem cor, tem odor.
A mala não tem pudor,
tem mil peles, mil vestes,
esconde, mostra, pinta e borda na borda.
A mala tem seus olhos, tem seu peso,
seus medos, seu desespero,
guarda histórias desmedidas na medida do segredo.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Meu mundo por vezes se afasta,
mas sempre orbita em torno do seu olhar,
eu sempre durmo um pouco mais tarde
só pra poder lembrar do teu sorriso.
e sempre quando digo "não há nada"
é porque na verdade há.
Tenho poucas lembranças de momentos juntos e sei que jamais esquecerei,
e mesmo que aconteçam outros melhores jamais subjulgarão os que passaram.
Agora veja meus lábios, ele sempre dizem  o que não quero,
Agora sinta meu abraço ele sempre demonstra mais do que você percebe,
Agora nesse mesmo momento o tempo corre pra que um dia tudo possa ser diferente,
até que você tenha o pleno entendimento do que eu não preciso dizer.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Monalisa

Eu ouvi teu canto poucos segundos antes de adormecer, embora atordoado, pude senti-lo, um gosto amargo sob a língua.

Você anda pelas ruas da minha mente obscura, descalça, tropençando e se levantando, bailando infinitamente uma música que eu sussuro, repetidamente, sem controle.
Te vejo com um meio sorriso misterioso, indescritível, meio ar de deboche, meio prazeroso, uma ironia louca, sádica e obssessivamente irracional.
Quantos amores você teve e quantos destes aniquilou? eim? responda entredentes! não se esconda sob essa sombras projetadas em seu rosto, esse cenário que tu criastes é tão irrelevante e indiferente quanto minha lógica.
Eu mero mortal diante de tua beleza, mais um louco obcecado pelo teu olhar monocromático, faço do seu feitiço minha sina, teu enigma é meu porto e meu posto, minha estrada sinuosa e traiçoeira, meu leito e meu descanço. Viver em ti, no teu mundo parado no tempo, seria ideal, me imortalizar como teu amor mais fiel seria um sonho com caricias, mas a despeito, sua própria presença te torna inalcançável.
Você é a vida do mundo em seus ultimos dias, em meu ultimo dia quero seu olhar sobre mim, nem que seja na lembrança um retrato de suas maravilhas pintandas com meu próprios traços, e seu sorriso vai se revelar a mim juntamente com seu olhar que tanto me fascinou, a música que você sussura será meu réquiem, será minha glória.




                                    

Ballet de volúpias

Ela acariciou-lhe docemente os labios umedecidos,
murmurando o êxtase que transbordava de seu âmago.
Não podia cotiver-se, era bobardeada de estimulos,
o delirio se expressava em gritos abafados.

Ele eternizava cada segundo,
seu tão estimado prêmio tinha em mãos.
Ritimava a sucessão de movimentos improvisados,
como num dueto de um ballet de volúpias.

Ela arranhava-le os poros dilatados,
como se quisesse arrancar todo o prazer que ele detia.
 
Ele enlaçava suas curvas acentuadas,
como se adimira-se cada centimetro daquele corpo perfeitamente esculpido.

Atingiram o apogeu juntos em uma alucinate sincronia,
pareciam ter ensaiado compassadamente o clímax.
Entregaram-se ao sublime momento com uma inconfudivel submissão,
tornaram-se então escravos mutuos daquele amor carnal.