sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Monalisa

Eu ouvi teu canto poucos segundos antes de adormecer, embora atordoado, pude senti-lo, um gosto amargo sob a língua.

Você anda pelas ruas da minha mente obscura, descalça, tropençando e se levantando, bailando infinitamente uma música que eu sussuro, repetidamente, sem controle.
Te vejo com um meio sorriso misterioso, indescritível, meio ar de deboche, meio prazeroso, uma ironia louca, sádica e obssessivamente irracional.
Quantos amores você teve e quantos destes aniquilou? eim? responda entredentes! não se esconda sob essa sombras projetadas em seu rosto, esse cenário que tu criastes é tão irrelevante e indiferente quanto minha lógica.
Eu mero mortal diante de tua beleza, mais um louco obcecado pelo teu olhar monocromático, faço do seu feitiço minha sina, teu enigma é meu porto e meu posto, minha estrada sinuosa e traiçoeira, meu leito e meu descanço. Viver em ti, no teu mundo parado no tempo, seria ideal, me imortalizar como teu amor mais fiel seria um sonho com caricias, mas a despeito, sua própria presença te torna inalcançável.
Você é a vida do mundo em seus ultimos dias, em meu ultimo dia quero seu olhar sobre mim, nem que seja na lembrança um retrato de suas maravilhas pintandas com meu próprios traços, e seu sorriso vai se revelar a mim juntamente com seu olhar que tanto me fascinou, a música que você sussura será meu réquiem, será minha glória.




                                    

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